Autor: Teodorio Arão Santos de Oliveira
Engenheiro de Segurança contra Incêndio e Pânico
A sinalização de emergência tem como finalidade reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes e garantir que sejam adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro da edificação em caso de incêndio.
A sinalização de emergência é classificada em sinalização básica e sinalização complementar.
A sinalização básica é o conjunto mínimo de sinalização que uma edificação deve apresentar, constituído por 4 categorias: proibição (Figura 1.a), alerta (Figura 1.b), orientação e salvamento (Figura 1.c) e equipamentos (Figura 1.d).
A sinalização de proibição visa a proibir e coibir ações capazes de conduzir ao início do incêndio ou seu agravamento, conforme visto na Figura 2.
A sinalização de alerta visa a alertar áreas e materiais com potencial de risco de incêndio, explosão, choques elétricos e contaminação por produtos perigosos, conforme visto na Figura 2.
A sinalização de orientação e salvamento visa indicar as rotas de saída e ações necessárias para o seu acesso e uso, conforme visto na Figura 3.
Figura 3 – Sinalização de orientação e salvamento/Fonte: Próprio autor
A sinalização de equipamentos visa a indicar a localização e os tipos de equipamentos de combate a incêndios e alarmes disponíveis no local, conforme visto na Figura 4.
A sinalização complementar é o conjunto de sinalização composto por faixas de cor ou mensagens complementares à sinalização básica, porém, das quais esta última não é dependente.
A sinalização complementar tem a finalidade de complementar, através de um conjunto de faixas de cor ou mensagens complementares à sinalização básica, nas seguintes situações:
a) Indicação continuada de rotas de saída, orientando o trajeto completo até uma saída de emergência, conforme visto na Figura 5.a;
b) Indicação de obstáculos (pilares, arestas de paredes e vigas, desníveis de piso, fechamento de vãos com vidros ou outros materiais translúcidos e transparentes) e riscos de utilização das rotas de saída, conforme visto na Figura 5.b;
c) mensagens específicas escritas que acompanham a sinalização básica, onde for necessária a complementação da mensagem dada pelo símbolo, conforme Figura 5.c;
d) indicar as medidas de proteção contra incêndio existentes na edificação ou áreas de risco, conforme Figura 5.d;
e) indicar a lotação admitida em recintos destinados a reunião de público, conforme Figura 5.e.
Figura 5 – Indicação continuada da rota de fuga (a) e sinalização de aresta (b)/Fonte: Google Images
Figura 5 – Mensagem complementar ao símbolo (c), indicação das medidas de incêndio existentes na edificação (d) e lotação máxima em locais de reunião de público (e)./Fonte: Google Images.
A sinalização complementar deve também atuar nas seguintes situações:
a) Informar circunstâncias específicas em uma edificação ou áreas de risco, por meio de mensagens escritas, conforme Figura 6.a.
b) Demarcar áreas visando definir o leiaute no piso, para assegurar corredores de circulação destinados às rotas de saídas e acesso a equipamentos de combate a incêndio e alarme, em locais ocupados por estacionamentos de veículo, depósitos de mercadorias e máquinas ou equipamentos de áreas fabris, conforme figura 6.b.
c) Identificar sistemas hidráulicos fixos de combate a incêndio por meio de pintura diferenciada, as tubulações e acessórios utilizados por sistemas de hidrantes e chuveiros automáticos aparente, conforme figura 6.c.
Figura 6 – Mensagem indicando área de risco na edificação (a), demarcação de solo industrial (b) e tubulação aparente de sistemas hidráulicos (c)./Fonte: Google Images.
Para implementação da sinalização é necessário atentar as orientações de modo a garantir a eficiência da sinalização.
As placas e sinalizações devem ser instaladas em locais visíveis. Quanto à sinalização deve ser instalada a uma altura mínima de 1,80 m (Figura 7) e distribuída com uma distância máxima de 15 m.
As placas precisam ser instaladas de tal forma que a distância máxima que o usuário tenha de percorrer até uma sinalização de saída que não seja superior a 7,5 m.
Caso existam obstáculos durante o percurso que dificultem ou impeçam a visualização direta das placas é preciso repetir a sinalização em uma altura suficiente para a visualização.
Os equipamentos de incêndio e alarmes instalados em garagem, área de fabricação, depósito e locais utilizados para movimentação de mercadorias e de grande varejo, devem possuir a sinalização de piso (Figura 8). Se os equipamentos de incêndio forem instalados em pilar, devem ser sinalizadas todas as faces do pilar (Figura 8) que estiverem voltadas para os corredores de circulação de pessoas ou veículos.
Na sinalização de rota de saída continuada é preciso guardar o espaçamento máximo de 3 metros entre cada placa. Se as placas forem instaladas em paredes, elas precisam ter altura entre 0,25 m e 0,50 m, podendo ser aplicada, alternadamente, à parede direita e esquerda da rota de saída, conforme visto na Figura 9.
Caso seja necessário usar outro idioma, ele não deverá substituir o original, mas ser incluído adicionalmente, conforme visto na Figura 10.
A sinalização das portas de saída de emergência deverá ser instalada imediatamente acima da porta, no máximo 10 cm da verga da porta, conforme visto na Figura 11. Se isso não for possível, a placa deverá ser instalada na folha da porta, centralizada e em uma altura de 1,80m, conforme visto na Figura 11.
Os materiais utilizados na confecção das sinalizações de emergência podem ser placas em materiais plásticos, chapas metálicas ou materiais semelhantes. Esses materiais devem possuir algumas características como possuir resistência mecânica; possuir espessura suficiente para que não sejam transferidas para a superfície da placa possíveis irregularidades das superfícies onde forem aplicadas, não propagar chamas; resistir a agentes químicos e limpeza, resistir a água e resistir ao intemperismo.
Devem utilizar elemento fotoluminescente para as cores brancas e amarelas dos símbolos, faixas e outros elementos empregados para indicar:
- sinalização de orientação e salvamento;
- equipamentos de combate a incêndio e alarme de incêndio;
- sinalização complementar de indicação continuada de rotas de saída;
- sinalização complementar de obstáculos e de riscos na circulação de rotas de saída.
Quanto à manutenção, a sinalização de emergência deve ser objeto de inspeção periódica para efeito de manutenção, desde a simples limpeza até a substituição por outra nova, quando suas propriedades físicas e químicas deixarem de produzir o efeito visual para as quais foram confeccionadas.
As placas de sinalização de emergência variam o seu tamanho conforme a distância de visibilidade, conforme visto na IT 20. Porém, de acordo com Ferreira, o cálculo para o tamanho da placa na tabela vista na Figura 12 não condiz com o tamanho da placa comercializado no mercado brasileiro.
De acordo com o autor, a tabela acima são os valores já calculados do tamanho da placa em relação à distância do observador, e o que comumente se encontra nos projetos são tamanhos de placa com esses valores os quais não existem no mercado brasileiro, conforme visto na Figura 13.
O autor afirma que a figura acima retrata o registro de um projeto dimensionando placas não comerciais retangulares de tamanho 315 mm x 158 mm para o projeto. Alguns fornecedores já oferecem em seu material de divulgação os tamanhos calculados de acordo com o que seria encontrado no mercado conforme visto na Figura 14.
Sendo essa dimensão realizada pela tabela do fabricante os tamanhos os quais devemos pôr no projeto para a placa 14 (saída em frente) com tamanho 315×158 mm (ver Figura 13) nos obrigaria a usar uma placa de tamanho comercial maior, o qual seria a 400x200mm, a distância do observador cobriria 13 metros, quase o dobro do que estamos buscando 7,5 m, pelo material do fornecedor precisaríamos apenas do tamanho de 240×120 mm ou 150x200mm, em destaque e conforme sugerido por Ferreira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROSO, Chagas. Segurança contra Incêndio – Manual Técnico de Instalação de Extintores.
FERREIRA, Márcio. E-BOOK Como Aprovar um Projeto de Combate a Incêndio.
SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros, Instrução Técnica nº 20: Sinalização de Emergência, 2019.
___ Instrução Técnica nº 42: Projeto Técnico Simplificado (PTS), 2020.
TOTALLUX. E-BOOK Sinalização de Segurança contra Incêndio: Manual Prático para Empresas e Condomínios.