Instalação de Alarme de Incêndio em Locais com Ruído: Quando Usar Sinalização Visual?
A Importância da Sinalização Visual em Ambientes Ruidosos
Em locais com altos níveis de ruído, como fábricas, oficinas ou casas de show, os alarmes sonoros podem ser insuficientes para alertar os ocupantes sobre uma situação de emergência. Nesses ambientes, a instalação de alarme de incêndio com sinalização visual é fundamental para garantir uma evacuação segura e eficiente.
A sinalização visual normalmente é feita com dispositivos estroboscópicos (luzes piscantes) interligados ao sistema de alarme. Esses dispositivos são instalados estrategicamente em pontos de circulação e permanência, aumentando a percepção do alarme mesmo quando o som não é audível.
Segundo recomendações da NFPA 72 (referência internacional), o uso de alarme visual é indicado quando o nível de ruído ambiente excede 105 dB ou onde há uso de protetores auriculares. Embora a IT-19/2025 não especifique isso diretamente, seguir essas boas práticas pode ser determinante na aprovação do sistema.
O Que Diz a IT-19/2025 Sobre Sinalizadores Visuais
A Instrução Técnica 19/2025 do Corpo de Bombeiros de SP determina, no item 4.10, que os sistemas de alarme de incêndio devem contar com sinalizadores audiovisuais conforme o tipo de sistema adotado (tipo 1, 2 ou 3). Esses dispositivos devem estar visíveis e localizados estrategicamente.
Apesar de não definir critérios baseados em decibéis, a norma exige que o sistema seja eficaz para alertar todos os ocupantes da edificação. Em ambientes barulhentos, isso naturalmente exige a instalação de alarmes visuais complementares.
Assim, é responsabilidade do projetista avaliar a eficiência do sistema em função das características do ambiente. A ausência de dispositivos visuais em locais com alto ruído pode comprometer a segurança e a aprovação no AVCB.
Ambientes Onde o Alarme Visual é Indispensável
Locais como indústrias metalúrgicas, marcenarias, funilarias, casas de show e salões de festas geralmente operam com máquinas ou som em volume elevado. Nesses casos, o alarme sonoro não é suficiente, e a sinalização visual passa a ser obrigatória por questão de eficiência e bom senso técnico.
Outro fator relevante é a presença de pessoas com deficiência auditiva. Ambientes de uso coletivo devem ser projetados para permitir a evacuação de todos os usuários com igualdade de condições.
Em condomínios, escolas e ambientes corporativos, o uso de sinalizadores visuais também tem crescido, não apenas por questões de ruído, mas para facilitar o reconhecimento do alerta em situações de distração ou uso de fones de ouvido.
Critérios de Distribuição dos Sinalizadores Visuais
Para que a sinalização visual seja eficiente, não basta apenas instalar os dispositivos; é preciso posicioná-los corretamente. A IT-19/2025 define que os dispositivos devem estar visíveis em toda a área ocupada.
Segundo a NFPA 72, os dispositivos devem ser instalados em paredes a uma altura entre 2,1 m e 2,4 m do piso acabado, distribuídos de forma a evitar áreas de sombra. Em ambientes grandes, recomenda-se a divisão em setores.
A iluminação de emergência também deve ser considerada em conjunto com os sinalizadores, para garantir que os alertas visuais não sejam ofuscados ou confundidos em caso de falta de energia.
Integração com Outros Sistemas de Emergência
A sinalização visual do sistema de alarme deve estar integrada aos demais sistemas de segurança contra incêndio, como o de detecção automática, controle de fumaça, brigada e iluminação de emergência.
Por exemplo, ao detectar fumaça, o sistema deve ativar simultaneamente o alarme sonoro, os sinalizadores visuais e as indicações da rota de fuga. Em ambientes com ruído, a sincronia com luzes estroboscópicas é essencial.
Esses sistemas precisam funcionar de forma coordenada e ter uma fonte auxiliar de energia, conforme exigido pela norma, com autonomia de pelo menos 24h em supervisão e 15 minutos em alarme.
Responsabilidade do Projeto e Instalação Correta
A instalação de alarme de incêndio em ambientes com ruído requer um projeto bem elaborado, com conhecimento das exigências da IT-19/2025 e normas internacionais complementares. É indispensável contar com um engenheiro ou arquiteto habilitado para elaborar e assinar o projeto.
Um erro comum é confiar apenas na sensação auditiva do ambiente sem realizar medições de nível de ruído. Com o uso de equipamentos de medição adequados, é possível justificar tecnicamente a obrigatoriedade de alarme visual.
Para garantir aprovação junto ao Corpo de Bombeiros e proteger vidas, a execução deve seguir criteriosamente o projeto aprovado e passar pelos testes de comissionamento, com laudo técnico assinado.
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